Aliados às vantagens oferecidas pela tecnologia, um grupo de estudantes de uma escola de Teresina criou o aplicativo MAMI (mãe da microcefalia). O objetivo do aplicativo é ajudar mães de crianças com microcefalia a cuidarem dos filhos de forma mais acessível e barata, com conteúdos diários que oferecem auxílio médico e dicas de cuidados especiais.
A ideia foi sugerida na sala de aula pela professora de matemática Antônia Barbosa, que no ano de 2015 foi informada pelo médico que seu bebê poderia nascer com microcefalia. A criança com microcefalia tem uma alteração no cérebro causada pelo zika vírus e outras causas (conforme informação do Portal Saúde do Governo Federal).
Diante da realidade em que o Brasil enfrenta com muitos casos de crianças que nascem com microcefalia, os alunos abraçaram a ideia e decidiram entrar em campo para conhecer de perto essa realidade em Teresina, que também existe em todo o Brasil.
A aluna Amanda Yally diz que o que mais lhe chamou atenção foi o fato de mães de baixa renda não saberem a quem recorrer para cuidar dos filhos após os três anos de idade da criança, que é a faixa etária máxima em que o Estado do Piauí e o Governo Federal oferecem tratamento para as crianças.
Diante da situação, os estudantes decidiram tentar amenizar o problema, desenvolvendo no aplicativo "MAMI", funções que abram espaço para o envolvimento de pessoas de todo o país que queiram ser voluntárias.
“O objetivo da criação do aplicativo é ajudar as mães a criarem seus filhos. É um projeto de apadrinhamento onde voluntários podem se cadastrar no aplicativo para oferecer ajuda financeira, lazer e também acompanhamento com médicos de áreas especificas como nutricionista, psicólogos, fisioterapeutas”, disse a aluna.
O layout do aplicativo dispõe de páginas especificas que contam a história de cada criança. Por meio do apadrinhamento o voluntário vai escolher apenas uma criança para cuidar com pagamentos de consultas médicas, realização de vídeos de fisioterapia, dicas de nutrição e assistência psicológica para as mães que enfrentam preconceitos por terem filhos microcefálicos.
Por enquanto, o aplicativo MAMI ainda é um projeto criado para a feira de tecnologia da escola, mas que em breve será uma realidade na vida de muitas famílias do Brasil que não possuem condições financeiras para arcar com todas as despesas médicas com tratamentos para essas crianças.
A filha da professora Antônia Barbosa nasceu sem microcefalia, porém, desde 2015, ela passou a apoiar mães de crianças especiais.
“Foi uma angústia saber que eu poderia ter um bebê com microcefalia, mas ao mesmo tempo era um amor inexplicável. Desde a minha gravidez não parei de pensar em outras mães, depois de me informar sobre a doença e sobre as dificuldades enfrentadas por famílias de baixa renda surgiu a ideia da criação do aplicativo”, disse.
Fonte: Portal AZ
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